A menina que roubava livros é uma adaptação do livro homônimo escrito por Markus Zusak e lançado no Brasil pela editora Intrínseca. Eu li o livro há alguns anos e ele se tornou um dos meus favoritos. Foi uma das melhores leituras que eu já fiz e eu nunca me canso de recomendar e recomendar e recomendar para todos aqueles que ainda não leram. O enredo é caracterizado e se passa durante a Segunda Guerra Mundial. Não bastasse isso, a narração é uma das melhores e mais diferentes e divertidas e irônicas que eu já tive o prazer de conhecer. Tudo porque a nossa narradora é ninguém menos ninguém mais do que a própria Morte, bastante impressionada com a garotinha que roubava livros, Liesel Meminger, que escapou de seus braços algumas vezes.

Eu sempre me emociono ao falar desse livro. Na verdade, é quase impossível não fazê-lo. No entanto, trato A menina que roubava livros como um trabalho único. Eu tentei mesmo ler outros livros do autor e não consegui gostar das histórias. Acho que me apeguei tanto ao estilo, enredo e características de A menina que roubava livros que simplesmente não consegui me desconectar dele para apreciar outros de seus trabalhos. Enfim, não vou entrar nos pormenores do enredo nem da narração porque esse é o tipo de livro que você merece ler sem conhecer muitos detalhes, para poder se emocionar completamente, sem desvios ou opiniões ou expectativas preestabelecidas.

Quanto ao filme, eu o assisti na semana passada e vou confessar que foi um tanto quanto decepcionante. Foi incrível poder reviver a história do livro na televisão, mas, nem de longe mesmo, o filme chega aos pés do livro escrito por Markus Zusak. Vários motivos colaboram para essa sensação no telespectador que já leu o livro anteriormente, mas principalmente e infelizmente, a falta quase entristecedora da nossa narradora, personagem mais do que imprescindível para o sucesso dessa história. Ela aparece, sim, mas apenas em alguns momentos determinados, ausentando-se em grande parte do filme. Entendo que seria complicado inserir tal narradora de uma forma coerente e sem dobrar o tempo do filme, talvez praticamente impossível, mas essa falta faz com que a história perca uma parte do seu brilho. Afinal, é a Morte que conta as pequenas verdadezinhas que a gente conhece mas insiste em negar. É ela que nos faz rir e pensar e imaginar e sentir a história de Liesel Meminger como se a vivenciássemos.

Liesel é uma garotinha filha de uma mãe comunista que a envia e ao irmão para o subúrbio para serem adotados por uma família alemã. O garotinho morre durante a viagem de trem e apenas Liesel chega ao seu destino. Seu novos pais são Rosa e Hans, dois adultos incríveis e de bom coração (mesmo Rosa, com sua rabugice). Na nova cidade, Liesel também conhece Ruby, que virá a se tornar o seu melhor amigo. É na nova casa com o seu novo pai que Liesel começa a aprender a ler depois de roubar o livro do coveiro durante o enterro de seu irmão. Ela logo se apaixona pelas letras e assim começa a sua saga de roubadora de livros na Alemanha nazista de Hittler.

Um dos pontos centrais da história é a chegada de um estranho à casa de Liesel, um homem que precisa ser mantido escondido no porão, fora do alcance dos olhos das outras pessoas, mas principalmente da polícia alemã. Max é um judeu e veio cobrar uma dívida antiga. Mais uma vez, a relação entre Max e Liesel se revela superficial no filme, diferente do livro.

O final também deixa a desejar. Engraçado observar que eu me emocionei horrores com aquele final quando li o livro pela primeira vez. Mas no filme foi tudo muito superficial (sim, essa é a palavra), deixando de lado uma parte muito importante do livro, mais uma vez. Enfim, enfim, adaptações. A questão é: se você ainda não leu o livro, pode ser que goste do filme muito mais. Agora se você já leu, há uma grande possibilidade de se decepcionar. Como eu.

É um bom filme, mas não vai marcar a sua mente e o seu coração. Se quiser se emocionar de verdade, completa e irremediavelmente, leia o livro.

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Sobre o Autor

Inara Souza
Inara Souza

24 anos, interior de São Paulo. É formada em Engenharia Civil e pós-graduada em Arquitetura de Interiores. Criou o Casinha Arrumada para falar das coisas que mais ama e compartilhar histórias. É apaixonada por decoração, livros, músicas e séries de TV. Siga nas redes sociais: Instagram - Facebook - YouTube - Pinterest

6 Comentários

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  1. Acho que não a única pessoa que li o livro e que não gostei, nem um pouco. ‘-‘
    Estava com vontade de ver o filme, mas se é bem decepcionante, acho melhor não. Pois se já não gostei do livro, a probabilidade de eu gostar do filme, é muito pouca.
    Beijos, Luiane.

    investeguria.blogspot.com

  2. Amiga antes de mais nada quero pedir desculpas pela ausência nos comentários aqui, muita correria, mas vc sabe que te adoro e sempre lembro de vc com carinho e admiração. E obrigada pelo comentário lá no blog viu!!!

    Também li A Menina que roubava livros, anos atrás, mas diferente de vc eu não me envolvi tanto na época. Mas hoje já estou mais madura e tenho vontade de reler. Ainda não vi o filme, mas estou com ele aqui no computador então em breve o verei. Uma pena vc não ter gostado do filme, mas isso faz parte já que vc amou o livro.

    Bjos – Leituras, vida e paixões!!!